segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

'É uma guerreira, uma vitoriosa', diz mãe de bebê que nasceu com 590g


Uma bebê prematura que, de tão pequenininha, emocionou o Brasil, completou o primeiro ano de vida.
Um ano de vida tem mesmo que ser comemorado por Sophia.
“É uma guerreira, uma vitoriosa. Né, meu amor? Linda!”, declara a Patrícia Rocha Rodrigues Freitas, mãe de Sophia.
“A hora que eu vi a minha filha, eu não acreditei. Era muito pequenininha. Era muito frágil. Sem cor. Mas era a minha filha. E eu sabia que ela tinha força”, diz Marcos César Freitas, pai de Sophia.
E teve. É outra menina hoje. Mas foi uma batalha chegar até aqui.
Marcos e Patrícia são bancários. Ele tem 43 anos. Ela, 41. Sophia, a filha única do casal, foi bastante desejada.
“Muito planejada, esperada. Muitíssimo”, diz a mãe de Sophia.
Mas chegou bem antes do planejado.
“Quando fez o ultrassom, viu que ela estava com restrição de crescimento. O médico da medicina fetal falou ‘Olha, eu prefiro cuidar dela fora da barriga do que aí dentro’. Ela estava
com seis meses. Faltava um dia para a gente entrar no sétimo mês”, conta Patrícia.

Sophia nasceu com 590 gramas.
A Sophia nasceu com 30 centímetros. A mãe guarda também a primeira touquinha que ela usou nos primeiros dias. Pequenininha. Ela está bem maior hoje, está com mais do que o dobro do tamanho.
“Está com 66 centímetros e com 6,2 kg”, declara a mãe.
Logo na primeira semana de vida, ela teve uma hemorragia grave no cérebro.
“Eu fiquei arrasado”, diz o pai de Sophia.
Ela superou essa. Mas nos dois meses seguintes, precisou fazer três cirurgias. A mais grave, no esôfago./

“Ela não tinha cor de nada, nada, nada, nada. Fiquei desesperada, comecei a chorar”, declara Patrícia.

A Sophia ficou em um quarto na UTI de um hospital em São Paulo. Ela permaneceu por dez meses. Todos os dias, a mãe ia para lá. Chegava bem cedinho e ia embora só à noite, sempre mantendo a esperança de a filha melhorar.
E isso foi acontecendo aos poucos. Cada mês que passava, os pais ganhavam um presente da Sophia. A primeira amamentação. O primeiro banho.
“E ela sorria pra mim. Foi uma interação assim fantástica, foi muito emocionante”, conta Patrícia.
Depois, o pai teve o primeiro contato com a filha.
“Você pegar tua filha, trazer para o peito, passar o seu calor pra ela, e a mãozinha dela tão pequenininha. Hoje, está maior, assim, do tamanho do meu dedo, passando a mão no peito assim, é incrível”, conta Marcos.
E quando ela dava risada, então?

“Olha para você, dá um sorriso, não tem igual”, diz o pai.

Sophia foi conseguindo se alimentar melhor. Foi ganhando peso. E antes de terminar o ano, os pais receberam a notícia. Ela podia deixar o hospital, ir para casa comemorar o Natal.
“Não precisaria ter nada, só ela aqui, já era o suficiente”, diz Patrícia.
Patrícia e Marcos colocaram a história de Sophia na internet para motivar outros pais que passam pela mesma situação. Mostraram toda a batalha da filha, mês a mês.
“A gente quer mostrar para quem está passando por isso pra ter fé, não desanimar, estar unido, e estar sempre ali junto com o bebê”, explica Patrícia.
No mesmo hospital que Sophia nasceu, nasceu também Lorena e menor ainda.
“330 gramas, de muita batalha, e 24,5 centímetros, e já está com 2.680 e 48 centímetros”, declara Alexandre Dutra Vieira, pai de Lorena.
“Vale a pena investir nestes bebês, que eles são pequeninhos. Mas eles são muito especiais, são muito fortes”, diz Vivian Marin Dutra, mãe de Lorena.
Lorena deve ter alta no próximo mês. Sophia está em casa, há 22 dias.

Ela come bem. E se diverte.

Todos os dias, a Sophia faz sessões de fisioterapia. Como ela nasceu muito prematura, esses exercícios ajudam a acelerar o desenvolvimento do cérebro e do corpo.
Segundo os médicos, Sophia está se recuperando muito bem.
“A Sophia está crescendo, está engordando, está conseguindo se alimentar mais. Ela sempre foi assim, meio gulosinha, ela amou quando chegaram as frutinhas”, conta Filomena Mello,  coordenadora da UTI neonatal.
“Ela corresponde a uma idade em torno de seis, sete meses. Ela ainda depende um pouquinho de oxigênio, mas pouca quantidade”, declara a pediatra Cláudia Tanuri.
E como será daqui para frente? Depois desse um ano de vida tão especial?
“Primeiro, eu imagino ela correndo pela casa, mexendo nas minhas coisas. Pintando a parede”, diz Marcos, pai de Sophia.
“O que a gente quer para ela é que ela seja feliz”, diz Patrícia, mãe de Sophia.
“Ela já está sendo hoje”, conclui Marcos.
G1

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