quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Polícia tenta localizar jovem que teria usado extintor da Kiss em dezembro


A Polícia Civil tenta localizar um jovem que teria usado indevidamente em dezembro um extintor de incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, informou nesta quarta-feira (6) em entrevista coletiva o delegado Sandro Meinerz, da 1ª Delegacia de Polícia da cidade da Região Central do Rio Grande do Sul, que investiga o caso. O objetivo é apurar a relação com o incêndio na casa noturna na madrugada de 27 de janeiro, que causou 238 mortes, já que, segundo relatos, o equipamento não funcionou quando o fogo se originou.
"Há uma informação de que outra pessoa tentou manusear indevidamente. Estamos tentando localizar esta pessoa", disse o delegado. Segundo ele, o segurança que disse ter tentado acionar o equipamento quando o fogo iniciou já prestou depoimento.

G1 conversou com duas pessoas que afirmaram ter visto o equipamento sendo usado sem necessidade. Uma das testemunhas foi o músico e veterinário João André de Salles, de 52 anos. Morador de Caxias do Sul, na Serra, ele conta que foi à boate Kiss na noite de 1ª de dezembro do ano passado para tocar saxofone na banda de rock e MPB Fabrício Beck Trio.

"Estávamos no meio do show quando vi uma fumaça branca e até achei que fossem fogos, pois não conhecia a casa. Olhei para a plateia e vi um garoto lançando o (pó do) extintor nos amigos. O repreendi visualmente, e ele ficou meio constrangido e largou o extintor, mas ficou rindo com os amigos", contou.

Outro jovem, que não quis se identificar, deu um relato semelhante. Ele não lembra a data, mas afirma que o fato ocorreu há cerca de dois meses. "Ele pegou o extintor da parede, brincando, e soltou aquele pó químico. Uns rapazes trocaram empurrões com ele, e eu saí de perto. Aí chegaram dois seguranças na direção dele, mas não vi o que aconteceu depois", afirmou.

Na semana passada, o G1 conversou com o proprietário da empresa Previne Equipamentos de Proteção, Carlos Alberto Webber. Ele garantiu ter fornecido cinco extintores recarregados e lacrados para a boate Kiss em outubro do ano passado.
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 238 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.

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G1

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