quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Primeiras impressões: Kasinski Comet GT 650

Apesar da queda de vendas e produção em 2012, o mercado de motos acima de 500 cilindradas teve crescimento no ano passado. Isso mostra que o setor está mudando e, com a baixa nos modelos pequenos, crescem as opções de motos de maior cilindrada e mais potentes ao consumidor brasileiro. A porta de entrada para este segmento é a Kasinski Comet GT 650, que custa a partir de R$ 21.390. O G1 avaliou a versão 2013 do modelo, que chegará às lojas da marca no mês que vem.
Apesar disso, o modelo da Traxx ainda não embalou no país e sua categoria é de uso misto, ao passo que a Comet GT 650 é uma moto naked,  ou seja, para uso no asfalto se sem carenagens. A GT é uma versão “pelada” da esportiva GT 650R, da qual herda o motor bicilíndrico em V.A Comet não recebeu alterações e só não é a mais barata das “motos grandes” porque a Traxx lançou, em outubro de 2012, a Dunna 600 por R$ 19.888.
kasinski comet gt 650 (Foto: Arte G1)
Produzida pela sul-coreana Hyosung, parceira da Kasinski no Brasil, a motocicleta chega ao país pelo sistema CKD (completamente desmontada) e passa por montagem na fábrica da CR Zongshen, dona da Kasinski, em Manaus. Como principal rival, a Comet 650 tem a Kawasaki ER-6n, que foi renovada em 2012 e custa a partir de R$ 25.990 – traz freios ABS como opcional.
Esperada para o Brasil nesta temporada, a Honda CB 500F, apresentada no Salão de Milão 2012, também deve entrar nesta briga, mas o preço deve ficar acima da Kasinski e mais próximo da ER. Por sua faixa de preço, a Comet ainda pode sofrer investidas de motos de outros segmentos, como a já citada Dunna, além da Honda Falcon (R$ 18.900) e Kawasaki Ninja 300 (R$ 17.990) – motos de outros bichos mas que podem "mexer" com a cabeça do consumidor.
Kasinski Comet GT 650 (Foto: Caio Kenji/G1)
Moto de porte
Ao primeiro olhar, a Comet GT 650 realmente chama a atenção. Com a adição da carenagem que envolve o farol dianteiro, revelada no Salão Duas Rodas 2011, a moto ganhou em modernidade. Mesmo assim, o que mais chama atenção ainda é a combinação de seu chassi tubular com o motorzão V2, que fica totalmente exposto.

Este bicilíndrico tem injeção eletrônica e refrigeração líquida – o enorme radiador fica bem em destaque na moto. Segundo a marca, com 647 cilindradas, ele 89,6 cavalos de potência a 9.250 rpm. Nos giros mais baixos seu funcionamento é um tanto “calmo demais” e, passando os 5.000 rpm, o V2 mostra sua força. Mesmo não chegando a empolgar, o propulsor garante uma boa tocada, condizente com a categoria – seu torque máximo é de 6,9 kgfm a 7.250 rpm.
À medida que as rotações do motor sobem, também notado um nível alto de vibração que, em parte, chega pelas pernas, fixadas no tanque e chassi, além dos pés e mãos – em contato com as pedaleiras e punhos, respectivamente. Sua concorrente, a ER-6n, por exemplo, possui um funcionamento do motor mais linear e límpido. Seu câmbio de seis velocidades apresenta encaixes precisos, mas um tanto duros – podiam ser um pouco mais macios. O escalonamento está adequado.
Kasinski Comet GT 650 (Foto: Caio Kenji/G1)
Na estrada
Com este conjunto é possível manter velocidades permitidas com facilidade em autoestradas, além de a tração entregue garantir possíveis ultrapassagens com segurança. Sem carenagens, todo o vento é despejado no corpo do motociclista sem dó, como deve ser em uma naked.

Passando para estradinhas sinuosas, a Comet GT 650 torna-se mais divertida e nesse ponto mostra sua origem esportiva. Mantendo o giro lá em cima, é possível aproveitar bem o motor em subidas e retomadas.
Seus freios são compostos por dois discos na dianteira e um na traseira. Com pacote necessário para parar a moto com segurança, na versão avaliada foi necessário um pouco de força extra no manete dianteiro para frenagens mais fortes.
Apesar de garantir a realização de curvas com precisão, em velocidades mais altas o conjunto tende a “chacoalhar” um pouco. Nada que assuste, mas, nesse ponto, a moto poderia ser um pouco melhor. As suspensões possuem múltiplas regulagens na dianteira, inclusive na frente a moto conta com suspensão do tipo invertida, geralmente presente em modelos top de linha, o que gera imponência.
Na cidade
Mesmo com um pacote interessante de amortecedores, na prática o modelo torna-se desconfortável para deslocamentos em pisos em mau estado. Com pequenos cursos, as suspensões fazem os impactos chegarem diretamente ao motociclista. Assim, é necessário cuidado maior em trechos esburacados, muito comuns na cidade.

Kasinski Comet GT 650 (Foto: Caio Kenji/G1)
No perímetro urbano a Comet GT 650 também acusa o seu ângulo de esterço muito reduzido, tornando difíceis as manobras em baixa velocidade. Com a moto parada é necessário muitos movimentos para manobrar, causando um pouco de dificuldade também devido ao peso um tanto elevado (193 kg a seco).
Se nesses pontos a Kasinski deixa um pouco a desejar, a moto possui posição de pilotagem bem acertada e assento confortável. Ao contrário da GT 650R, que possui ergonomia bem esportiva com seus semiguidões, a GT 650 deixa o motociclista com os braços mais relaxados, por ter um guidão mais alto. Desta forma, é possível realizar longos deslocamentos sem cansar. O assento, apesar de pequeno, também é justo. Na cidade, caso pegue trânsito pesado, é possível que o calor do motor incomode um pouco, principalmente em dias quentes.
Preço e pacote atraentes
Custando quase R$ 5 mil a menos que sua principal concorrente, a Kasinski Comet GT 650 apresenta o melhor custo-benefício. Seu conjunto poderia ter um acabamento um pouco melhor e alguns detalhes da ciclística fazem a moto perder em desempenho, mas, no geral, é um produto que se justifica pelo valor cobrado. Com motor eficaz e visual agradável, a GT pode ser a porta de entrada para o mundo das "motonas" de muita gente.

Quarta maior produtora
Apesar de ter fechado 2012 como quinta principal marca de motos no Brasil, com 22.610 unidades vendidas, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o Grupo CR Zongshen já tem importância maior no país. De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), a empresa foi a quarta maior produtora no ano passado.

Saíram da fábrica sino-brasileira em Manaus 30.786 unidades. Desde o final de 2011, a empresa também é responsável pela produção das motos Flash, vendidas pelo grupo Máquina de Vendas nas redes City Lar, Ricardo Eletro, Insinuante e Eletro Shopping.
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G1

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