quarta-feira, 2 de outubro de 2013

'Ela vai vir ainda mais forte', diz mãe de ativista brasileira presa na Rússia

Rosângela mostra fotos da filha Ana Paula ao lado da irmã (Foto: Felipe Truda/G1)
A mãe da ativista brasileira presa na Rússia junto com outros 29 ambientalistas por organizar um protesto em uma plataforma petrolífera no Ártico recebeu um telefonema do Greenpeace na madrugada desta quarta-feira (2). Do outro lado da linha, um representante da ONG comunicava que sua filha, Ana Paula Alminhana Maciel, havia sido acusada formalmente de pirataria. Se condenada, a pena pode chegar a 15 anos de prisão.
Rosângela Maciel disse ter ficado muda ao telefone. Ao G1, a mãe da bióloga falou que não esperava pela acusação, mas acha que todo o drama que a filha vive na Rússia não a fará desistir de lutar pelas causas que acredita.
"Ela vai voltar ainda mais forte. Tenho certeza que, mesmo depois de tudo que está acontecendo, ela não vai desistir das causas que acredita para fazer outra coisa na vida", disse a mãe da brasileira.
Ana Paula foi presa no dia 18 de setembro com outros 29 ambientalistas. Foram detidos quatro russos e 26 estrangeiros dos Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França. Mas apenas dois foram acusados de pirataria até o momento, a brasileira e um britânico.
Eles tentaram acessar uma plataforma de petróleo no Oceano Ártico, a partir de um barco doGreenpeace. No domingo (29), a Justiça russa havia anunciado que todo o grupo ficaria preso preventivamente por pelo menos dois meses.
"Tenho certeza que ela está confiante e tranquila. A última vez que recebi um recado dela, mandou dizer para não me preocupar. Ela está fazendo o bem e vai lutar por isso sempre. Mas, mesmo sabendo disso tudo, a apreensão é muito grande", disse a mãe.
A brasileira Ana Paula Maciel, que está sob custódia da Guarda Costeira da Rússia (Foto: Divulgação/Greenpeace/Nick Cobbing)
O Greenpeace tem sido a única fonte de informações da família sobre a situação da bióloga. Segundo Rosângela Maciel, a ONG procura tranquilizar e passar as informações em primeira mão. Segundo a família de Ana Paula, uma equipe de advogados que conhece as leis da Rússia está sendo contratada para que a brasileira volte o mais rápido possível para casa.
"A ansiedade que estou é muito grande. Só queria escutar a voz dela hoje, mas sei que isso não vai ocorrer tão cedo. Não é fácil. Estou tentando ser forte como a minha filha, mas está sendo difícil", salientou a mãr, emocionada.
O comitê de instrução russo ainda apresentará as acusações aos demais ativistas presos na cidade portuária de Murmansk. O grupo ambientalista diz que o protesto foi pacífico e não representava nenhuma ameaça, e que as acusações de pirataria contra os manifestantes não têm mérito no direito internacional ou russo.
A plataforma Prirazlomnaya, alvo do Greenpeace, tem previsão para entrar em operação no primeiro trimestre de 2014.
Itamaraty ajudará brasileira
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nesta terça-feira (1º) a informação de que o embaixador do Brasil na Rússia, Fernando de Mello Barreto, deve assinar uma “carta de garantia” destinada aos advogados de defesa de Ana Paula Maciel.
Segundo o Itamaraty, o instrumento fornecido pela diplomacia brasileira atende a um pedido dos advogados de Ana Paula, que tem o intuito de garantir ao governo russo que a a brasileira vai comparecer a todas as audiências solicitadas.
A carta poderá ser utilizada pela defesa para pedir que a ativista responda ao processo em liberdade. De acordo com o Itamaraty, a instrução para a elaboração da carta foi dada pelo ministro brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado.
G1

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