sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Garota diz à polícia ter brigado com amante após gravar vídeo de sexo

Vídeo de sexo caiu na internet e virou piada na internet (Foto: Reprodução/Facebook)
Ela já havia prestado informações à polícia na última sexta (4), quando registrou o boletim de ocorrência. No entanto, a delegada quis ouvir novamente a garota para "esclarecer algumas dúvidas". Por volta das 13h30 de quinta, a estudante compareceu à Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) e prestou esclarecimentos complementares.A jovem de 19 anos que teve vídeos íntimos divulgados em um aplicativo de celular foi ouvida novamente, na quinta-feira (10), pela delegada Ana Elisa Gomes, responsável pelo caso. Segundo a delegada, a estudante afirmou que brigou com o amante, suspeito de propagar as imagens, logo após a gravação onde ela aparece fazendo sinal de 'OK'. O gesto virou meme [termo usado para frases, imagens e vídeos que se disseminam na internet de forma viral].
"Ela conta que, no dia em que esses vídeos foram gravados, depois do ato sexual, os dois estavam no carro e iniciaram uma discussão por causa de uma foto no Instagram. O rapaz parou o carro e fez ela descer. Ela precisou ligar para uma amiga para buscá-la", diz a delegada. O caso, segundo a garota, aconteceu no dia 2 de setembro. Depois disso, eles não teriam se encontrado mais e se falaram apenas por mensagens de celular.
Segundo a delegada, a garota está triste e com um visual totalmente diferente. "Eu quase não a reconheci. Mudar a aparência foi a forma que ele encontrou para se proteger", afirma Ana Elisa.
A jovem, que é estudante universitária e vendedora em uma loja de roupas em um shopping da capital, relatou em depoimento que, por causa da divulgação dos vídeos, não vai à aula desde a semana passada e foi afastada do trabalho temporariamente. "As pessoas ficavam tirando fotos na porta da loja, fazendo o sinal de 'OK', e importunavam até as outras vendedoras", diz a delegada.
 Intimação
O suspeito de divulgar os vídeos, um estudante de direito de 22 anos com quem ela teria um relacionamento extraconjugal, foi intimado e deve prestar depoimento na manhã desta sexta-feira (11). Ao G1, ele negou ser o autor dos vídeos e da divulgação.
Em entrevista ao G1, o pai do suspeito diz que o filho está sofrendo ameaças de morte e, por isso, teria enviado o celular para "uma perícia". O empresário de 47 anos, que não quis ser identificado, afirmou que o rapaz não sai de casa há dois dias. O homem também garantiu que não é seu filho quem aparece nas imagens, tampouco teria sido ele quem propagou o material pela rede.
Os vídeos onde a jovem aparece fazendo sinal de 'OK' durante ato sexual começaram a circular em um aplicativo de celular no fim da semana passada e virou meme nas redes sociais. O símbolo, inicialmente, virou piada nas redes, com montagens de políticos e celebridades fazendo o sinal.
Apoio
No entanto, após a repercussão do caso, internautas manifestaram apoio à garota difamada. Imagens de pessoas, sozinhas ou em grupos, fazendo o mesmo sinal de 'OK', com a palavra "força" ganharam as redes sociais.

A polêmica também levantou o debate sobre a necessidade de tornar mais rígidas as leis de crimes cibernéticos. Vice-presidente da Comissão de Direito Digital da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), o advogado Rafael Maciel defende a criação de uma delegacia especializada na investigação de crimes cometidos em ambiente digital.
Delegada Ana Elisa Gomes, em Goiânia (Foto: Gabriela Lima/G1)
No ano passado, após fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann vazarem na internet, uma lei foi criada no país com o nome da artista. Mas o especialista explica que a lei não protege casos em que não há invasão de computadores. Para o advogado, a legislação não acompanhou as mudanças da sociedade.
“A maior parte das interações humanas são hoje realizadas em ambientes digitais e o ordenamento jurídico deve proteger os cidadãos de crimes e da propagação de conteúdos difamatórios e caluniosos. Esse tipo de conduta trazem transtornos sérios às vítimas”, argumenta Rafael Maciel.
De acordo com a delegada, o crime é caracterizado como difamação com base na Lei Maria da Penha, porque existiu uma relação de afeto entre vítima e autor. Se for condenado, o suspeito pode pegar pena de 3 meses a 1 ano de detenção.
G1

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