terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Corpo de criança queimada em ataque a ônibus é sepultado em São Luís

Enterro de Ana Clara reuniu familiares e desconhecidos em cemitério de São Luís (Foto: Douglas Pinto/TV Mirante)
O corpo de Ana Clara Santos Sousa, de 6 anos, que morreu após ter 95% do corpo queimado em ataque a um ônibus em São Luís, foi enterrado na manhã desta terça-feira (7), no Cemitério Jardim da Paz, na Estrada de Ribamar. A menina estava com a mãe Juliane Carvalho Santos, 22, e a irmã, Lorrane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, em um dos ônibus incendiados por homens armados na sexta-feira (3), na capital maranhense.
 

A mãe de Ana Clara teve 40% do corpo queimado no ataque e continua internada na Unidade Intermediária de Terapia Intensiva do Hospital Tarquínio Lopes. Apesar de estar consciente, Juliane ainda não sabe da morte da filha. A família explica que tomou a decisão após orientação médica, já que o estado de Juliane é grave e ela sofre de depressão. Segundo a assessoria do hospital, Juliane está "em bom estado geral, lúcida e comunicativa, referindo dor e prurido leve, sobretudo durante e logo após a troca de curativo. Recebe tratamento padrão para o grande queimado. Em acompanhamento psicológico e psiquiátrico".
Já a irmã da menina teve 20% do corpo queimado, com ferimentos nas pernas e no braço esquerdo. Ela está fora de perigo e encontra-se em leito de isolamento da enfermaria pediátrica do Hospital Juvêncio Matos.
Segundo o médico Cláudio Araújo, a causa da morte de Ana Clara foi insuficiência renal e choque hipotensivo, refratário a drogas e líquidos. "O tecido não respondia. A droga não chegava a esses tecidos, dificultando o tratamento. Isso devido à gravidade, ao grau de lesão do acidente", explicou.
bisavô paterno de Ana Clara, Dasico Rodrigues da Silva, 81 anos, teve um infarto e faleceu no domingo (5) ao saber do estado de saúde da neta, que era crítico naquele momento. Ele morreu em casa, na Santa Cruz, em São Luís.
Márcio Ronny teve 72% do corpo queimado (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)
Passageiro que tentou salvar Ana Clara continua em estado grave
O entregador de frango Márcio Ronny da Cruz Nunes, 37anos, que teria tirado Ana Clara do ônibus em chamas, continua em estado grave no Hospital Tarquínio Lopes com mais de 70% do corpo queimado. O boletim médico do hospital informa que ele respira com ajuda de aparelhos, mas apresentou melhora clínica e quadro estável nas últimas 24 horas.

Segundo familiares da menina, a mãe conta que não encontrou a filha de 6 anos no meio do fogo e só conseguiu descer com a outra filha, Lorrane, nos braços. De fora do ônibus, ela teria visto Márcio resgatar Ana Clara e se abraçar com ela para tentar apagar o fogo do corpo da criança.
"Eles entraram no ônibus e jogaram gasolina nas crianças que estavam próximas deles e atearam fogo. E, no momento daquele desespero, ele não pensou em sair, ele só pensou em ajudar", contou Maria da Conceição Nunes, parente de Márcio.
Também continua internada, mas fora de perigo, a operadora de caixa Abiancy Silva dos Santos, 35 anos, com queimaduras no braço direito e no abdômen.
G1

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