terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Dia do Leitor: uma data para tirar de letra


Hoje é dia 7 de janeiro, Dia do Leitor. Dia daqueles que aprendem com as palavras. De acordo com o professor de português e colunista semanal do Jornal da Cidade, Darvino Concer, a leitura traz como benefício a compreensão de tudo o que nos cerca. “Quanto mais você lê, melhor você se expressa e entende a dinâmica do que acontece no mundo”, pontua.


Para o professor, quando o assunto é ler, tudo vale a pena. Não importa se o livro está entre os mais vendidos do momento ou entre os clássicos das literaturas portuguesa ou brasileira. Em uma roda de amigos, por exemplo, um leitor assíduo consegue impor respeito, não só pela disposição dos conceitos, mas pela consistência.

“Na leitura, vale tudo. Mas é interessante que o leitor, mesmo que tenha dificuldade de entendimento de determinado tema, não desista de ler. É preciso forçar a leitura, de forma a entender de tudo um pouco e a conseguir expressar o que pensa”.

Para os devoradores de livros, o professor aconselha que a leitura tem de ser feita em um ambiente tranquilo, silencioso, refrescante e confortável, com o objetivo de proporcionar ainda mais prazer aos leitores.

O mesmo procedimento se aplica à leitura de jornais e de revistas. Sobre isso, Concer acrescenta que os periódicos impressos conseguem se aprofundar um pouco mais nas notícias do que outros meios de comunicação, em que as reportagens baseiam-se, na maioria das vezes, apenas nas chamadas.

“A leitura de jornais e de revistas também é fundamental para que as pessoas desenvolvam o dom da comunicação, tanto na fala quanto na escrita. Além disso, esses periódicos impressos fazem com que os leitores alimentem a imaginação e sintam, aos poucos, os sabores da palavra e da imagem”.


Gente que vive para ler

“Imagino o paraíso como uma grande biblioteca”. Logo na entrada da Biblioteca Municipal Rodrigues de Abreu, em Bauru, a frase convida as pessoas a conhecerem outras dimensões e, o que é mais importante, gastando apenas a imaginação.

Bibliotecária na instituição há 18 anos, Maria Luiza Zanzarini Araujo afirma que seguiu a profissão por conta da paixão pela leitura. Unindo o útil ao agradável, ela lê de tudo e, com isso, consegue indicar os livros que se encaixam no perfil de cada usuário.

Para ela, conciliar a leitura de livros e de jornais também é importante. “Nos jornais, lemos histórias que acontecem no momento; nos livros, viajamos em um mundo de fantasias que não é delimitado por tempo”.

Frequentador da Biblioteca Municipal Rodrigues de Abreu há mais de 10 anos, Luiz Tomaz Dionísio, de 61 anos, confessa que passa o dia no local durante este mês de férias.

“Eu sempre gostei muito de ler, por incentivo dos meus pais e dos meus professores. Eu adquiri esse hábito e nunca mais vou perdê-lo. Acredito que você só fala ou escreve bem se você for um bom leitor”.

A estudante de pós-doutorado em educação da Unesp de Bauru, Ana Carolina Biscalquini Talamoni, estava entrando na biblioteca do campus, cujas aulas voltaram ontem.

Ela já perdeu as contas da quantidade de livros que leu durante a vida. O hábito é tão comum na casa dela que Ana decidiu cultivar uma pequena biblioteca, com mais de 500 livros sobre a Segunda Guerra Mundial, tema que sempre a cativou.

“Eu leio, pelo menos, um livro por mês. Meu marido lê um livro por semana e meu filho, que é adolescente, já sabe da regra: ler, pelo menos, 20 páginas por dia. Em relação aos jornais, por conta da correria do dia a dia, acabo me informando pela Internet. Impresso, só de domingo, quando tenho mais tempo”.


Dom de sentir e ouvir os livros

Sergio Balsante Santana, usuário e voluntário do Lar Escola Santa Luzia para Cegos, perdeu a visão há quatro anos, mas nunca abandonou o gosto pelos livros. Após o período de recuperação, ele aprendeu, em apenas um mês, uma forma alternativa de ler: o braile. Sergio foi um aluno aplicado e logo começou a colocar em prática o que havia aprendido.

Ele conta que existem poucos exemplares na forma de livros em braile. Entretanto, Sergio não desistiu de aprender com as palavras. Por meio de um programa de computador denominado NVDA, que é um leitor de tela para o Windows, ele também passou a ouvir os livros.

“As novas tecnologias encurtam as distâncias e diminuem as diferenças. Em braile, nós temos poucos livros disponíveis e a leitura é um pouco mais lenta. Porém, por meio dos programas de computador, nós agora conseguimos ouvir os livros, fato que reduz bastante o tempo que levávamos para lê-los em braile”.

Embora a informática tenha avançado muito nesse sentido, Sergio não deixa de ressaltar a importância da leitura em braile. Além de os deficientes conseguirem mergulhar no mundo de fantasias ao sentir o que os livros têm para dizer, eles também acabam praticando a técnica, que é muito importante para o dia a dia.

“Eu prefiro a dinâmica da leitura no meu computador, porque eu disparo o programa e ele lê livros e jornais para mim. Entretanto, eu mantenho o hábito de ler em braile, porque essa técnica me auxilia o tempo todo”.

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