Dilma oficializa indicação de novos líderes do governo

A presidente Dilma Rousseff enviou mensagem ao Congresso Nacional nesta quarta-feira (14) em que oficializa a indicação do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) para a liderança do governo no Senado e do deputato Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a liderança do governo na Câmara.

O anúncio da troca foi feito na tarde desta terça (13) pelo Palácio do Planalto, mas a mensagem enviada ao Congresso foi publicada nesta quarta no "Diário Oficial da União". Na mensagem, no entanto, Chinaglia é indicado erroneamente como "senador" e a liderança é indicada para o Congresso, cargo atualmente ocupado pelo senador José Pimentel (PT-CE), que segue na função.

Chinaglia substitui Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Braga, Romero Jucá (PMDB-RR). Eles assumem os cargos para tentar apaziguar os ânimos da base aliada, que tem mostrado insatisfação na relação com o governo. As mudanças, porém, não trouxeram impacto positivo de imediato para as relações, uma vez que o PMDB não ficou satisfeito com a saída de Jucá, líder desde o fim do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o porta-voz da Presidência, em anúncio na tarde de terça, Dilma agradeceu "tanto ao trabalho do Romero Jucá quanto do Cândido Vaccarezza e continua contando com eles na base de apoio do Congresso".

Segundo Vaccarezza e Jucá, Dilma disse que pretende implementar um sistema de rodízio de líderes nas duas Casas. "Essa será política a partir de agora", afirmou Vaccarezza.

Na Câmara desde 1995, Chinaglia está em seu quinto mandato de deputado federal. Antes, foi deputado estadual, eleito em 1990, quando começou a carreira política. Em 2001, se licenciou por um ano ao ser chamado para assumir a Secretaria de Governo da Prefeitura de São Paulo a convite da ex-prefeita Marta Suplicy.

De 2007 a 2009, foi presidente da Câmara dos Deputados, no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Formado em medicina, Chinaglia foi também líder sindical da categoria em São Paulo.

Eduardo Braga exerce seu primeiro mandato como senador e atualmente preside a Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação, Inovação e Informática (CCT). Antes, governou Amazonas durante dois mandatos (2003-2006 e 2007-2010). Foi também prefeito de Manaus, deputado federal, deputado estadual e vereador.

Formado em engenharia elétrica, Braga é também empresário e possui uma rede de concessionárias de veículos no Amazonas. Mais cedo, questionado sobre o novo papel, ele disse que só iria se manifestar após o anúncio oficial do Planalto.

Crise na base
Chinaglia e Braga assumem a articulação política junto aos demais líderes em meio a uma crise na base aliada. Na semana passada, Dilma sofreu uma derrota no Senado com a reprovação do nome de Bernardo Figueiredo para a direção-geral da ANTT.

Na Câmara, mais de 50% dos deputados do PMDB assinaram manifesto no qual se dizem excluídos das decisões políticas do governo federal. Por causa da troca ba liderança da Câmara a votação do Código Florestal deve ficar para a próxima semana.