sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Após bronze, Juliana e Larissa não garantem dupla junta para Rio 2016


Depois de desembarcarem em Fortaleza, na noite da última quinta-feira, com festa, flores e toda a receptividade de amigos e familiares, Juliana e Larissa falaram sobre o futuro da dupla. A batalha pelo ouro olímpico, a princípio adiada para 2016, não está garantida. Larissa preferiu desconversar, trazer o foco para o agora e curtir a conquista do bronze.
- A gente não está pensando nisso ainda. Queremos curtir essa medalha, pensar no que temos pra fazer ainda e fechar esse ciclo. Temos etapas do Circuito Mundial e do Brasileiro. A gente quer curtir esse momento especial. Semana que vem, já estamos indo pra a Polônia. Temos que pensar nesses títulos - disse Larissa.
Na primeira noite em solo brasileiro após os Jogos em Londres, a dupla brasileira já parecia recuperada do abatimento sentido com a derrota na semifinal para as americanas Kerry e Ross, na última terça-feira. Com as medalhas de bronze no peito, elas contaram como buscaram forças para não decepcionar a si mesmas na disputa pelo terceiro lugar.
- A gente estava muito confiante, vindo muito forte, com uma campanha impecável, sem perder nenhum set. Depois daquilo, passamos a noite inteira sem dormir. Foi muito dificil. No dia seguinte, com certeza, a gente estava com a ressaca do dia anterior. Por mais que a gente estivesse pensando 'vamos lá, medalha é medalha', foi dificil para caramba. Mas no outro dia, a gente sabia que merecia uma medalha. Devíamos isso pra nós mesmas. Não podíamos vir de lá sem essa medalha. Não seríamos Larissa e Juliana - contou Larissa.
Juliana e Larissa vôlei de praia Olimpíadas 2012 (Foto: AP)
Em vários momentos dos Jogos de Londres, a dupla brasileira - considerada uma das favoritas ao ouro - teve que buscar forcas fora da quadra. Larissa citou várias vezes a importância da torcida na arena. Juliana conta ainda que um filme de toda sua trajetória passou pela sua cabeça no jogo do bronze, contra as chinesas Zhang e Xue.
A vibração principal, no entanto, vinha da força da dupla. A cada partida, Larissa sempre puxava Juliana, com orientações e gritos mais incisivos, o que, em alguns momentos, chamou atenção para possíveis desentendimentos da dupla em quadra. As medalhistas negaram qualquer desavença.
- Larissa/Juliana é assim. Quem acompanha desde o início sabe que eu preciso falar pra jogar bem, e a Juliana precisa ouvir. Por mais que pareça que a gente estava brigando em alguns momentos, não era isso não. A gente estava com muita vontade de vencer, de ganhar. Principalmente nesse jogo do terceiro lugar. Eu estava falando bastante porque já tinha cometido erro na semifinal e eu não podia mais errar - explicou Larissa.
Juliana ouviu atentamente a resposta da companheira e complementou que teve que se adaptar bastante para que a dupla pudesse seguir.
- Eu era muito pior que a Larissa. Falava muito mesmo. Quando meus amigos viram a gente jogando juntas, perguntaram como eu ia aguentar. Quando eu vi também, nem consegui acreditar. Jogar com a Larissa é muito bom porque ela é uma craque, mas nem todo mundo sabe administrar isso. No começo a gente brigava um pouco mais. Hoje, eu entendo muito mais e procuro entender - afirmou Juliana.
Juliana e Larissa lamentaram não poder fazer uma final contra as americanas Walsh e May (Foto: Tuno Vieira / Ag. Diário)
A grande lamentação das brasileiras foi não ter podido enfrentar a dupla americana Walsh e May em Londres. As americanas conquistaram o tricampeonato olímpico e não devem permanecer juntas para mais um ciclo. Para Juliana, vitória sobre elas era possível e era o 'duelo de gigantes' que todos queriam assistir na final.
- Nas Olimpiadas, os grandes às vezes tropeçam, e os pequenos se agigantam. Eu gostaria muito que esse jogo acontecesse, mas, ao mesmo tempo, eu tiro o chapéu pra elas, porque elas não chegaram ali à toa. Elas realmente são diferenciadas. Ser tricampeãs olímpicas não é qualquer coisa. Eu acredito que a gente tinha possibilidade de ganhar delas. Ali na Olimpiada não é só jogo, é o mental também. Ia ser um duelo de gigantes, e todo mundo gostaria de ter visto esse jogo. Mas infelizmente, não vai dar, porque elas estão se aposentando, e isso não vai existir mais.
Larissa tem 30 anos, e Juliana, 29. As Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, devem ser a última oportunidade para que as duas atletas cheguem a uma medalha de ouro. Walsh e May, por exemplo, chegaram ao tri olímpico em Londres com 33 e 35 anos, respectivamente.
G1

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