sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Quedas matam 125 pessoas em 8 meses


Nicolau de Castro
Especialista alerta que acidentes e mortalidade entre idosos pode ser evitada

De janeiro a agosto deste ano, 125 pessoas morreram em decorrência de complicações provocadas por quedas, na Paraíba. A quantidade representa 82,78% dos 151 óbitos dessa natureza registrados em 2011. Desde 1999, esses tipos de acidentes já mataram 1.328 moradores no Estado e superaram até a quantidade de vítimas atingidas, no mesmo período, por doenças consideradas graves, como aneurisma, que provocou o óbito de 590 paraibanos; e meningite, que matou 231 pessoas.

Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES). 
De acordo com os números, os idosos são as principais vítimas dessa mortalidade. Dos 1.328 óbitos ocorridos entre 1999 a agosto de 2012 por causa de quedas, 817 foram de pessoas com mais de 50 anos de vida. Em segundo lugar no ranking de vítimas, aparecem aqueles com idades entre 15 a 49 anos, com 434 óbitos; e em terceiro, estão as crianças com idades entre 1 e 14 anos, com 43 registros.

Para especialistas, essa mortalidade entre idosos poderia ser evitada, caso alguns cuidados simples fossem adotados. O geriatra e geneticista Arnaldo Viegas explica que os banheiros e escadas precisam ter corrimãos, barras de segurança e antiderrapantes.
Além disso, é preciso que o local seja bem iluminado e ventilado.
“Algumas doenças como hipertensão e diabetes, podem causar tonturas e mal-estar. Por isso, o idoso não pode ficar sozinho em casa e nem sair sozinho”, adverte.
De acordo com o especialista, os óbitos entre idosos aumentam em decorrência da fragilidade do organismo de se recuperar diante dos ferimentos causados. “As quedas ocorrem em virtude da dificuldade de locomoção. A recuperação se torna lenta também por causa de alguns hábitos comuns nessa idade, como a redução do consumo de frutas e legumes, o que reduz a quantidade de vitaminas no organismo”, detalha.
Além das doenças comuns da velhice, as mulheres ainda são mais penalizadas por conta da redução na produção de hormônios. Quando chegam à menopausa, elas ficam suscetíveis a ficar com quadro de fragilidade óssea e acabam desenvolvendo osteoporose. Se essa pessoa cair e sofrer alguma fratura, terá mais dificuldades para se recuperar. “Para evitar as quedas, é preciso de uma série de cuidados, que passam desde a infraestrutura das casas até a mudança de hábitos alimentares. Para isso, o apoio da família é fundamental”, diz o geriatra.

Crianças são as mais atingidas

Apesar de registrar menos óbitos, a faixa etária infantil é a mais atingida por quedas. Segundo dados do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, instituição considerada referência no atendimento de vítimas de traumatismos, em João Pessoa, as crianças correspondem a quase a metade das pessoas que chegam ao local. Dos 7.278 casos de quedas registrados entre janeiro e outubro deste ano, 3.429 foram entre pacientes com menos de 14 anos de idade. O percentual é de 47,11%.
Adultos estão sem 2º lugar
Adultos entre 25 e 59 anos ficaram em segundo lugar nos registros com 24,96% do total, com 1.817 atendimentos. Os idosos com mais de 60 anos representam 20,83% do total (1.515 ocorrências). Jovens de 15 a 24 anos são os menos suscetíveis a quedas, e representam apenas 7,10% dos atendimentos deste ano, com 517 ocorrências.
Fonte: http://www.jornaldaparaiba.com.br

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