quinta-feira, 12 de abril de 2012

Forças do governo matam civil apesar de trégua, diz oposição síria


Forças governamentais mataram um civil na província de Hama, no centro da Síria, nesta quinta-feira (12), apesar da entrada em vigor do cessar-fogo previsto pelo plano elaborado por Kofi Annan, denunciou o opositor Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
"Um civil morreu em uma estrada da cidade de Mhardeh, na província de Hama, por disparos efetuados por forças de segurança ou pelos 'shabbiha'" (milícias leais ao govero)", disse à France Presse Rami Abdel Tahmane, presidente do OSDH, oito horas depois da entrada em vigor do cessar-fogo.
Até então, não havia registro de confrontos depois da entrada em vigor, a partir das 6h locais (0h de Brasília), do cessar-fogo negociado pelo emissário das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan.
As ruas das principais cidades sírias estavam silenciosas, segundo testemunhas.
As tropas do regime não se retiraram das localidades de Zabadani, Duma e Harasta, nos arredores da capital, mas não abriram fogo.

A oposição aproveito o início da trégua para
 convocar manifestações de rua pacíficas.As informações não puderam ser comprovadas de forma independente devido às restrições impostas pelo regime aos jornalistas.
Até agora, o governo vinha reprimindo violentamente atos contra o governo do contestado presidente Bashar al Assad.
Na véspera, o regime sírio anunciou que finalizaria suas operações militares, mas advertiu que suas forças responderão a qualquer ataque “terrorista”, em referência aos rebeldes, que também prometeram respeitar a trégua.
Vista de Damasco, capital da Síria, no amanhecer desta quinta-feira (12) (Foto: AP)
Acusado em várias ocasiões recentes pela comunidade internacional de não cumprir seus compromissos, o regime Assad será submetido a mais uma prova nesta quinta, e os Estados Unidos já advertiram que julgarão Damasco "pelo que faz e não pelo que diz".
O regime sírio deveria ter retirado suas tropas das cidades em conflito na terça-feira, de acordo com a primeira fase do plano elaborado pela ONU e a Liga Árabe, mas isto não ocorreu.
Na quarta-feira, horas após a entrada do plano em vigor, operações militares do regime mataram pelo menos 25 civis, sendo 10 em um bombardeio contra Rastane, cidade da província de Homs em poder dos rebeldes há meses.
Uma autoridade do Exército e seu motorista foram assassinados por disparos de armas de fogo.
A violência já deixou mais de 10 mil mortos na Síria, a maioria civis, desde a explosão da revolta contra o regime, no dia 15 de março de 2011, segundo organizações da oposição.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel, destacaram nesta quarta-feira a necessidade de uma ação "mais decidida" do Conselho de Segurança da ONU, onde Rússia e China, aliados de Damasco, têm bloqueado as resoluções que condenam a repressão.
g1

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