segunda-feira, 23 de setembro de 2013

'Aparentemente relação entre mortes e 'apagão' é descartada', diz promotor

O promotor de Justiça Antônio Eduardo Setúbal, que investiga o caso da relação entre um "apagão" e a morte de oito pacientes que estavam internados no Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana, disse ao G1 nesta segunda-feira (23) que a relação entre os dois casos está "aparentemente descartada".
"Aparentemente, essa relação entre a morte e o apagão está descartada. Assim que houve a denúncia, eu estive pessoalmente no local, e percebi através do atestado de óbito, que as mortes aconteceram em momentos distintos, e sem proximidade entre os horários. As mortes não foram simultâneas. Já solicitei à Coelba para saber se houve de fato um apagão e a data do último apagão na cidade. Solicitei também à empresa contratada pelo gerador para saber se houve algum problema no funcionamento do equipamento. Quando cheguei ao hospital, 30 minutos após a denúncia, tudo estava funcionando", diz Setúbal.
O Ministério Público Estadual (MPE) investiga a morte de oito pacientes internados no Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana, município a cerca de 100 km de Salvador. O caso aconteceu no sábado (21), e de acordo com informações do diretor da unidade hospitalar, os casos também não possuem envolvimento com a queda de energia.
"Todos os pacientes têm mais de 70 anos, somente um tem 65 anos. Eles morreram de causas naturais, um teve uma patologia cardíaca. A média de mortos na unidade é entre 4 e 5 pacientes diariamente", informou ao G1 o diretor do hospital, José Carlos Pitangueira.
"O curto-circuito nós estamos analisando porque foi criminoso. Foi em uma única tomada, que desligou o disjuntor e não há problema nenhum. Os aparelhos nossos podem ficar 12 horas com a bateria. Não apagou nada, as cirurgias continuaram e o centro cirúrgico funcionando, centro obstétrico funcionando e todo hospital funcionando", afirma Carlos Pitangueira, diretor.Os atestados de óbito dos pacientes também indicam que as mortes ocorreram em horários e setores diferentes da unidade hospitalar. A direção do hospital afirma que possui dois geradores e ambos passam por revisões frequentes, o que garantiria o funcionamento dos aparelhos em caso de apagão.
Mesmo afirmando que o curto-circuito que aconteceu na unidade, o diretor do hospital não registrou queixa à polícia. "Sobre o fato desse curto-circuito ter sido ou não criminoso, a Polícia Civil deve entrar na história e o diretor precisa prestar uma queixa à polícia", explicou o promotor Setúbal.
G1

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