sábado, 17 de maio de 2014

Ofensas racistas em briga de trânsito na PB geram desabafo na rede social

Relato com as supostas agressões racistas foram contadas no perfil de Kelly Albuquerqu em uma rede social (Foto: Reprodução/Facebook)
Uma atitude no trânsito de João Pessoa desandou para agressões racistas e virou caso de polícia. A supervisora de uma empresa de segurança, Kelly Albuquerque, de 30 anos, disse ter sido vítima das ofensas e explicou que foi preciso coragem e força dos mais próximos para tornar púbico o episódio que segundo ela “foi a pior humilhação que passou na vida”. Indignada com a situação, Kelly utilizou o perfil em uma rede social para desabafar na sexta-feira (16).
Surpresa com a indelicadeza, a supervisora decidiu parar seu carro atrás do outro veículo que havia lhe tomado a vaga para tirar satisfações. “Avisei que ela tinha tomado a minha vaga e ela me respondeu: 'E daí?’. Fiquei indignada pela falta de educação. Então ela começou a usar palavras de baixo calão quando falei que não retiraria meu carro, que estava estacionado atrás do dela por conta do desrespeito. Falei mais pela indignação, porque se deixasse o carro ali levaria uma multa. Foi quando começou a me agredir porque sou negra”, relatou Kelly.Segundo Kelly, as ofensas foram feitas por uma mulher que havia tomado a sua vaga no estacionamento da Praça João Pessoa, no Centro da capital paraibana na tarde de quarta-feira (14) . “Eu estava aguardando um carro sair de uma vaga, tinha até ligado a seta para sinalizar que utilizaria o local, quando essa mulher passou por mim e colocou o carro, mesmo depois de eu ter buzinado e tentado avisar que já tinha reivindicado a vaga”, disse.
Kelly Albuquerque comentou que aguardará o inquérito policial para acionar a agressora na Justiça (Foto: André Resende/G1)
O termo “negra safada” foi usado várias vezes, segundo a supervisora. Kelly Albuquerque contou que perguntou a motorista se ela estava falando aquilo mesmo e recebeu a resposta “é negra safada mesmo, porque ‘espicha’ o cabelo”. “Foi uma humilhação muito grande. A minha única reação foi chorar. Fiquei muito nervosa, não conseguia nem abrir meu carro. A minha vontade era de encontrar um buraco para me esconder”, completou.
Duas pessoas que passavam pela praça e testemunharam a agressão ajudaram a supervisora a se acalmar e decidiram chamar a polícia. Poucos minutos depois, quando a motorista retornou ao carro, a Polícia Militar chegou até o local e encaminhou as duas envolvidas no episódio para uma delegacia.
“Não esperava que em pleno Século XXI passaria por uma situação dessa. Sempre falei para os meus amigos que se sofresse esse tipo de ofensa, iria rir da cara do agressor, porque tenho orgulho da minha cor. Mas infelizmente quando esse dia chegou, a minha única reação foi chorar”, desabafou.
O caso foi registrado na 2ª Delegacia Distrital, no Centro de João Pessoa. Kelly Albuquerque informou que vai levar o caso até as últimas instâncias nas vias judiciais. O advogado da outra mulher envolvida na discussão informou à polícia que sua cliente só vai se pronunciar em juízo.
G1pb

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