O consumo de alguns suplementos alimentares pode causar
graves danos à saúde das pessoas. É o que alerta a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), em informe publicado nesta terça-feira, que
ainda suspendeu a distribuição, divulgação, comércio e uso do Oxielite Pro, com
medida válida em todo país.
De acordo com a Anvisa, o produto, fabricado por empresa
desconhecida, possui a substância dimethylamylamine (DMAA) na composição. O
DMAA é um estimulante usado, principalmente, no auxílio ao emagrecimento,
aumento do rendimento atlético e como droga. Essa substância, que tem efeitos
estimulantes sobre o sistema nervoso central, pode causar dependência, além de
outros efeitos adversos, como insuficiência renal, falência do fígado e
alterações cardíacas, e pode levar à morte. No Brasil, o comércio de
suplementos alimentares com DMAA é proibido.
Na última semana, a Anvisa incluiu o DMAA na lista de
substâncias proscritas no país, fato que impede a importação dos suplementos
que contenham a substância, mesmo que por pessoa física e para consumo pessoal.
Além do Oxielite Pro, o DMAA é encontrado na composição de suplementos
alimentares, como Jack3D e Lipo-6 Black.
— O forte apelo publicitário e a expectativa de resultados
mais rápidos contribuem para uso indiscriminado dessas substâncias por pessoas
que desconhecem o verdadeiro risco envolvido — afirma o diretor de Controle e
Monitoramento Sanitário da Anvisa, José Agenor Álvares.
O alerta da Anvisa ressalta, ainda, que muitos desses
suplementos alimentares não estão regularizados junto à agência e são
comercializados irregularmente no país. Segundo o diretor da Anvisa, são
produtos fabricados a partir de ingredientes que não passaram por avaliação de
segurança.
— Esses suplementos contém substâncias proibidas para uso em
alimentos como: estimulantes, hormônios ou outras consideradas como doping pela
Agência Mundial Antidoping — explica Álvares.
As regras da vigilância para produtos importados
A regulamentação sanitária brasileira permite que pessoas
físicas importem suplementos alimentares para consumo próprio, mesmo que esses
produtos não estejam regularizados na Anvisa. Entretanto, esses suplementos não
podem ser importados com finalidade de revenda ou comércio ou conter substâncias
sujeitas a controle especial ou proscritas no país, como é o caso do DMAA.
Cada país controla esses produtos de maneira específica e,
em muitos casos, não são realizadas avaliações de segurança, qualidade ou
eficácia antes da entrada desses suplementos no mercado.
O caso dos produtos brasileiros
No Brasil, alimentos apresentados em formatos farmacêuticos
(cápsulas, tabletes ou outros formatos destinados a serem ingeridos em dose) só
podem ser comercializados depois de avaliados e registrados junto à Anvisa
antes de serem comercializados. De acordo com o diretor da Anvisa, produtos
conhecidos popularmente como suplementos alimentares não podem alegar
propriedades ou indicações terapêuticas.
— Propagandas e rótulos que indicam alimentos para prevenção
ou tratamento de doenças ou sintomas, emagrecimento, redução de gordura, ganho
de massa muscular, aceleração do metabolismo ou melhora do desempenho sexual
são ilegais e podem conter substâncias não seguras para o consumo — alerta
Álvares.
O Globo
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