domingo, 11 de maio de 2014

Começa campanha para eleição presidencial síria

Cartaz eleitoral com a assinatura do presidente Bashar al-Assad e a palavra "juntos", na capital Damasco. Campanha para eleições do dia 3 de junho começaram neste domingo (11) (Foto: Louai Beshara / AFP)
A campanha para a controversa eleição presidencial de 3 de junho começou neste domingo (11) na Síria, onde os retratos deBashar al-Assad, confiante de que será reeleito sem surpresas, estavam por toda parte.
Três candidatos disputam estas eleições. Teoricamente, trata-se da primeira eleição presidencial, já que tanto Assad, quanto seu pai, Hafez, que dirigiu o país com mão de ferro de 1970 a 2000, foram nomeados após referendos.
Estas eleições, que serão realizadas apenas nos territórios controlados pelo regime, em um país devastado por três anos de um conflito mortífero, já foram classificadas de farsa pela oposição e pelos países ocidentais.
Bashar al-Assad enfrentará o deputado ex-comunista Maher al-Hajjar, e Hassan al-Nuri, um empresário membro da oposição tolerado pelo regime.
O presidente Assad lançou sua campanha sob o slogan "Juntos", além de uma página no Facebook que já reúne 65.000 fãs, uma conta no Twitter com cerca de 1.000 seguidores e outra no Instagram.
No centro de Damasco, sob controle do regime, dezenas de cartazes e enormes bandeiras com o slogan da campanha de Assad são vistos por toda parte, e as fotos do presidente são onipresentes. "Bashar al-Assad, nossa única escolha", pode ser lido em outros cartazes dos partidos da Frente Nacional Progressista (FNP, coalizão liderada pelo Baath, no poder).
O início da campanha acontece no dia seguinte a uma importante vitória do regime na guerra, com a retomada da maior parte de Homs, terceira maior cidade do país e berço da revolta popular que se transformou em luta armada contra o regime em março de 2011.Mayada, uma dona de casa de 55 anos, moradora do bairro popular de Baramké, assegura: "É preciso que os outros compreendam que se trata do nosso país e do nosso presidente. Não queremos ninguém além dele".
Após a retirada de quase 2.000 pessoas, em sua grande maioria rebeldes, graças a um acordo inédito entre os beligerantes, o exército entrou na sexta-feira (9), pela primeira vez em dois anos, na parte antiga da cidade, depois de um cerco e de intensos bombardeios que enfraqueceram os insurgentes.
Milhares de sírios retornaram no sábado (10) e neste domingo à Cidade Velha de Homs, ex-reduto rebelde, e muitos encontraram suas casas destruídas pelos bombardeios e combates.
Em três anos, a guerra na Síria provocou mais de 150.000 mortes e deixou 2,6 milhões de refugiados, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
G1

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